Mais de 16,9 mil adolescentes do Alto Tietê poderão votar nas Eleições de 2022. Os dados são do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) e representam um aumento de 69,2% na comparação com 2018 (veja abaixo os números por cidade).
Além da alta na comparação com quatro anos atrás, o número também aponta um disparo em relação a janeiro deste ano. Naquela época, apenas 4,7 mil jovens menores de 18 anos estavam aptos. Isso significa que a região ganhou 12.192 eleitores dessa faixa etária até maio.
O índice, que ainda foi 5% maior do que o registrado nas eleições de 2014, inclui dados de Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano (veja abaixo os números por cidade).
Neste ano, o primeiro turno será no dia 2 de outubro. A votação é para escolha do presidente, governador, senador, deputado estadual e federal. O segundo turno, caso ocorra, será realizado no dia 30 do mesmo mês.
Entre os municípios, Suzano e Mogi das Cruzes são os que tiveram o maior aumento no eleitorado menor de 18 anos, com cerca de 78% a mais em 2022, na comparação com quatro anos atrás. Ainda na mesma faixa está Itaquaquecetuba, com crescimento de 74,5%.
Na sequência estão os municípios de Santa Isabel (68,3%), Guararema (67,5%) e Poá (65,5%). Em Arujá, a alta foi de 56,8%, enquanto Ferraz ganhou 54,1% eleitores adolescentes. Biritiba Mirim registrou o menor crescimento, com 37,5%.
Salesópolis foi a única cidade em que o total de eleitores jovens caiu. Neste ano são 8,5% menos do que nas eleições de 2018.
Eleitores menores de 18 anos aptos a votar em cada cidade do Alto Tietê
CIDADE | 2018 | 2022 |
Arujá | 639 | 1002 |
Biritiba Mirim | 184 | 253 |
Ferraz de Vasconcelos | 1223 | 1885 |
Guararema | 179 | 300 |
Itaquaquecetuba | 2252 | 3930 |
Mogi das Cruzes | 2463 | 4385 |
Poá | 718 | 1189 |
Salesópolis | 188 | 172 |
Santa Isabel | 281 | 473 |
Suzano | 1897 | 3379 |
Campanhas, redes sociais e crise pós-pandemia
O advogado e cientista social Guilherme Amaral acredita que as campanhas de estimulo ao voto e a crise provocada pela pandemia da Covid-19 possam estar entre os fatores que incentivaram o público jovem a tirar o título de eleitor em 2022.
“As campanhas que buscam eleitores é uma questão que sempre existiu em todas as eleições. Nessa, houve uma campanha específica para buscar os votos dos jovens já que havia uma queda nas eleições anteriores. Havia uma preocupação de recuperar o voto dos jovens”, comenta.
“Por causa da pandemia, acredito que houve uma grande preocupação com questões sociais. Com o decréscimo que houve no emprego, o que a gente teve de aumento de miséria, dificuldades econômicas, aumento dos valores dos produtos, a dificuldade econômica que o país enfrenta”.
“Toda essa questão mobilizou, de certa maneira, a população em geral para com as eleições. E o público jovem despertou o interesse que não vinha apresentando, pois percebeu que sua participação poderia ser essencial para mudar esse estado”.
Reflexões que ganharam forças nas redes sociais. Segundo Guilherme, os adolescentes que muitas vezes se viram desinteressados, dessa vez, estavam dentro do principal canal de debate. Assim, acabaram sendo diretamente impactados pelas campanhas, que foram promovidas tanto por órgãos oficiais, quanto por celebridades e personalidades da internet.
Dados do TRE indicam que as ações promovidas por artistas como a cantora Anitta, que incentivaram os jovens de até 17 anos a tirar o título de eleitor, deram resultado. Em março, 45.220 pessoas desta faixa etária se alistaram na Justiça Eleitoral em São Paulo. O dado indica um aumento de 31,3% na comparação com fevereiro.