A tragédia das chuvas no litoral de São Paulo, com 45 mortos até a manhã desta terça-feira, 21, virou munição política para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) posar para foto ao lado do petista, que interrompeu uma viagem a Salvador para visitar áreas afetadas pela chuva, bolsonaristas passaram a questionar o que Lula fez de concreto para ajudar as vítimas. Ao mesmo tempo, apoiadores do presidente foram às redes sociais para comparar o gesto do presidente com a postura de Bolsonaro em situações de calamidade.


Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio agradeceu a presença de Lula em São Sebastião (SP) na segunda-feira. Segundo o governador, a ida do presidente ao litoral paulista dá “amparo e conforto” ao Estado. “A gente precisa trabalhar em um regime de cooperação”, afirmou. Em seguida, focou o discurso em medidas decretadas para recuperar a região, ao falar para jornalistas.


Ao assumir o microfone, Lula, por sua vez, fez comparações com o passado, sem citar Bolsonaro. “Queria mostrar a vocês uma cena que há muito tempo vocês não viam: um governador, um presidente, um prefeito, sentados numa mesa em função de algo comum que atinge a todos nós”, disse. O presidente tem sido criticado por manter os “olhos no retrovisor” e continuar invocando Bolsonaro em seus discursos, mesmo caminhando para o terceiro mês de mandato.


“A presença do governador e do prefeito dá demonstração de que é possível exercer nossa função na democracia mesmo quando temos partidos diferentes ou pensamos de forma divergente”, acrescentou Lula. “O bem comum do povo é muito maior que nossas diferenças políticas.”


Nas redes sociais, aliados de Lula reforçaram a comparação feita pelo presidente e relembraram um episódio de dezembro de 2021, quando Bolsonaro disse esperar “não ter de retornar antes” de suas férias em Santa Catarina no momento em que a Bahia enfrentava fortes chuvas.

Fonte - Tribuna do Sertão