Teve início na manhã desta terça-feira (18), em Olho d’Água das Flores, município do Médio Sertão de Alagoas, o Tribunal do Júri de José Henrique Queiroz e Bruno Barbosa, acusados de matar Gilmário Alencar dos Santos, crime ocorrido em fevereiro de 2021.
Inúmeras pessoas compareceram na frente do Fórum de Justiça da cidade, levando uma faixa e usando camisetas com a foto da vítima e com a frase “Justiça Por Gil”. Algumas dessas pessoas entraram no plenário, mas devido ao espaço, a maioria permaneceu fora.
O site Alagoas na Net conversou com o juiz Antônio Iris da Costa, que explicou o rito da sessão. “Após a formação do Júri, ouviremos as testemunhas da acusação e de defesa, num total de cinco para cada lado, e após isso vamos ouvir os réus”, disse.
O magistrado já alertou que, diante de tantas pessoas a serem ouvidas, além dos próprios réus e das teses da acusação e defesa, adiantou que este Júri deve durar dois dias.
A reportagem também falou com os advogados que atuam na assistência da acusação, junto ao Ministério Público, um deles, Raimundo Palmeira. “Estamos representando a família enlutada, a família biológica da vítima e a família de Olho d’Água das Flores. Isso foi um crime bárbaro”, relatou o defensor.
Da parte da defesa do réu José Henrique, o advogado Herófilo Ferro falou com o site e disse sua posição sobre a repercussão do caso. Essa repercussão está mais ligada ao poder econômico da vítima com o fato. Em 2021 só ouve esse homicídio? Não”, disse.
Sobre o Tribunal do Júri
O Tribunal do Júri é comandado pelo magistrado Antonio Iris da Costa Junior. Representando o MP-AL estará o promotor João de Sá, que terá os advogados Adauto Filho e Raimundo Palmeira como assistentes de acusação.
Na defesa, Bruno é representado pela advogada Keyla Machado e o advogado José Lucas, enquanto o réu José Henrique tem como defensor o advogado Diego Marcus Costa Mousinho e Herófilo Ferro.
O crime
O caso da morte de Gilmário Alencar dos Santos foi apurado pela Divisão Especial de Investigações e Capturas (DEIC) da Polícia Civil. Segundo as investigações, Gilmário foi rendido e asfixiado até a morte dentro do Lava Jato de José Henrique.
Seu corpo foi jogado na carroceria do veículo Fiorino, pertencente ao proprietário e para tentar simular um sequestro, Henrique levou o carro da vítima para o município de Arapiraca, tendo o abandonado num posto de combustíveis.
Na sequência, conforme explicou a Deic, Henrique, Caetano e Bruno foram até uma propriedade da família de Henrique, na zona rural de Olho d’Água das Flores, e teriam jogado Gilmário “dentro de uma espécie de cisterna, onde foi carbonizado”.
Quando as equipes policiais chegaram ao local, “o corpo estava praticamente apenas cinzas, pois a cisterna foi tampada, funcionando com um forno, potencializando a cremação”, indica o relatório da PC.
Por Alagoas na net