A escolha do candidato a vice numa chapa majoritária, por “regra”, só é definida, de fato, perto ou às vésperas da convenção.

Foi assim em 2022 para o governo e em 2020 nas eleições de Maceió. O vice de JHC, que depois deixou a prefeitura para ser eleito vice-governador, Ronaldo Lessa, foi escolhido faltando poucos dias para a convenção.

Antes disso JHC teria – garante um dos principais articuladores da da eleição do atual prefeito – chegado a convidar vários políticos, que ele considera agregar algum valor a chapa.

Um desses nomes desponta, agora, como provável candidato de oposição.

“Ele procurou o Dr. Wanderley para fazer o convite. Os dois tiveram uma longa conversa. JHC queria uma pessoa com o perfil dele para dar credibilidade a chapa”, lembra o ex-aliado de JHC.

“Wanderley foi muito educado, como é do seu perfil e explicou que não poderia em função de questões partidárias. O JHC chegou a sugerir uma troca de partido, mas ele disse que não poderia em função de suas relações com o grupo que hoje está no governo”, lembra.

Agora, por razões semelhantes as que teriam levado JHC a sondar o médico, Dr. Wanderley desponta como um dos nomes preferidos do MDB para disputar a prefeitura de Maceió no próximo.

“Ele tem uma imagem muito boa, é muito respeitado pelo trabalho que realizou ao longo da sua vida profissional, por todos, incluindo pessoas que fazem oposição ao governo do Estado. Se ele for candidato, o grupo do JHC terá dificuldade em atacá-lo como vem fazendo como outros nomes de prováveis candidatos do MDB”, aponta um influente interlocutor palaciano.

A estratégia do MDB é “testar” quatro nomes até o começo de 2024. Além de Wanderley, que assumiu a presidência do MDB de Maceió – numa clara sinalização do partido em sua direção – serão testados o deputado federal Rafael Brito e os deputados estaduais Alexandre Ayres e Cibele Moura.

Bem avaliado, com boa presença nas redes sociais (com 112 mil seguidores no Instagram, mais do que os outros três deputados), o único “defeito” de Wanderley segundo alguns “olhares”, seria a idade. “Nada demais. Ele tem 74 anos, trabalha todos os dias como médico e deputado. Além disso, políticos com mais idade, a exemplo de Lula e Biden, estão mostrando na prática que o que vale é ter capacidade de gestão”, aponta o interlocutor.

O outro vice

Sim, o vice-governador de Alagoas também é lembrado para disputar a prefeitura pelo grupo do governo. Ronaldo Lessa (PDT) já foi prefeito da capital e seguem muito bem avaliado em Maceió, pontuando bem nas pesquisas.

A dúvida é se o governo irá para as eleições do próximo e “frente unida” ou com vários nomes. A decisão só será tomada em março do próximo ano. Mas essa é outra história.
Fonte – Jornal de Alagoas