É verdade que o Cidadania, de há muito, deixou de ser um partido ideológico, como boa parte das legendas no Brasil.

Nascido do antigo PCB, que depois virou PPS, chegando à denominação de agora, o Cidadania foi se tornando, e não só em Alagoas, num partido nanico sem identidade.

Por aqui, o jornalista e ex-deputado Regis Cavalcante comanda a legenda, que não tem tido sucesso nas disputas eleitorais desde quando ele mesmo quase chegou à prefeitura de Maceió, em 2000, na eleição vencida por Kátia Born - caiu nas pesquisas após um embate de triste memória com o grito do campo, JC.

A reunião virtual do partido, no final de semana, que virou notícia nacional, foi um festival de baixarias – “picareta”, “vagabundo” – disparadas entre ex-aliados, que, está claro, se tornaram adversários e/ou inimigos (nunca se sabe).

A discussão central é o apoio – ou não – ao governo Lula, mas o tema perdeu importância, ao que parece, pelas queixas de parte a parte. O Cidadania está coligado com o PSDB, com quem forma uma federação, mas a direção nacional anunciou no final do ano passado o apoio ao governo Lula, com a discordância da bancada federal (mais ligada a Arthur Lira).

O jornalista Regis Cavalcante é secretário-geral da legenda e falou ao Estadão sobre Freire:

“O partido está praticamente paralisado, porque as decisões da Executiva e do Diretório Nacional não são colocadas em prática, principalmente por conta das dificuldades com o presidente. Não queremos expulsá-lo, mas o partido deixou de ter vida coletiva”.

Em setembro, está anunciado, tem mais.

Por Ricardo Mota